quarta-feira, 22 de junho de 2016

Sobre a cultura do coitadismo.

Olá pessoas,
Vamos falar um pouco sobre essa `` cultura´´ do coitadismo?
Digo cultura porque parece que anos de luta que vejo nesse segmento de pessoas com deficiências vejo uma guerrinha  diária de Certezas e Verdades absolutas onde se fica impossível tentar manter um debate ou até mesmo pensar diferente!
Acho que a maioria das pessoas participam de grupos em whats up, face,etc, quando o assunto nos interessa acabamos caindo num desses e eu não sou diferente. E num desses ouvi uma mulher falando que `` NÃO adianta, NINGUÉM  gosta de PARALÍTICOS a não ser os próprios PARALÍTICOS que se suportam, é como feira, TODO mundo gosta mas não na porta da SUA CASA!... acrescentando que a mensagem era dirigida e a pessoa saberia de quem ela estava falando.
Well, bem, bom, como eu costumo falar sobre Auto Estima e Cidadania, talvez ,juro que não sei se foi dirigida diretamente a minha pessoa, mas óbvio me fez pensar e muito!
Primeiro tentei não julgar...não sei as lutas ou o que passou para pensar assim, Mas isso não me faz ter obrigação de concordar com ela. Alias acho que falta ali um pouco mais de feminismo da parte dessa pessoa, de empoderamento ,de Auto Estima e principalmente de se livrar dessas amarras que nos ligam ao coitadismo assistencialista que os TELETONTOS da vida nos impõe.
E para problematizar mais ainda o papo ( no grupo) me entra um cara, falando que não, que ela estava errada, que somos Super Heróis da vida, que Deus nos capacitou (oi?) para isso e somos Vencedores desde sempre...aí fodeu meus amigos...de Coitadinh@ me vi passarem para os malfadados Exemplos de Superação! É desses mesmos que aparecem na tv com próteses hipermegasuper tecnológicas dando piruetas e afins para mostrar o quanto são capazes e o típico VC RECLAMA DO QUE?
Eu sei do que reclamo, reclamo da falta de acessibilidade, mas não do tipo to em casa porque o barzinho não é acessível, prefiro ir no bar não acessível e mostrar que sim , sou deficiente e tenho todo o direito de estar aqui como qualquer outro cidadão então cadê a acessibilidade que me é por direito?
Reclamo da falta de trabalho na área que a pessoa estudou e está apta para trabalhar naquilo que entende, reclamo da falta de acesso que EU e milhares de pessoas com alguma deficiência enfrentam para obter meios de locomoção que facilitariam nossa vida e nos deixaria mais em pé de igualdade com nossas diferenças diante dos ditos normais.
Mas reclamar só não adianta, temos que dar a cara a tapa, ir atrás, nos mostrar, saber nossos direitos e deveres e AGIR.
E claro que quem sai da zona de conforto acaba uma hora ou outra sendo criticada...
Assim como essa critica  sobre os paralíticos eu sei que foi para mim, já fui também chamada de oportunista, de só tirar foto na frente do espelho ( adoroooo) ,de metida, de ego inflado, de não saber discernir ou interpretar um texto e por AÍ VAI...E EU LIGO?  no way!
Esses dias me perguntaram o que de fato faço em prol de pessoas com deficiências , qual meu trabalho e qual minha história, isso me perguntaram no meu blog, e a dita cuja se apresentou simplesmente assim, sou a tal da empresa tal etc...(essas palavras mesmo), óbvio que estava no meu blog mas não leu, minha pequena história está lá, sobre o que faço e qual meu trabalho,,bom até respondi mas apaguei, se quiser saber sobre minha pessoa que me chame in box ou mesmo no blog, não tenho problema algum com isso, mas se apresente direito, eu não sou obrigada a saber quem é a tal da empresa tal...e pasmem , fui dar uma olhada no perfil da pessoa e somos da mesma cidade rs...
Nem chamo o faço de trabalho, simplesmente decidi que ou ficava reclamando ou continuaria a viver, saindo da zona de conforto da coitadinha amputada para uma mulher que sofreu sim uma amputação e tem suas limitações mas que não  diminui em nada minha cidadania, minha feminilidade, minha sexualidade, meus direitos perante as leis, meus deveres, meu modo de vestir( me visto como quero, gosto e me é confortável e prático), não sou exemplo de nada e nem pretendo, não tenho intenção com isso de fins lucrativos algum e se eu puder , porque também  tem lado bom, ótimo por sinal, de sair da zona de conforto, ajudar alguém com uma palavra, uma visita a uma pessoa recém amputada, uma orientação, sim aprendi algumas coisas nesses 4 anos, e em parceria com amigos fisioterapeutas , psicólogos e enfermeiros, os quais sanam minhas dúvidas e muitas vezes me acompanham nessas visitas ``voluntariamente``  eu plantar a sementinha do recomeçar, do que o caos passa e a gente aprende e que podemos viver com qualidade de vida e isso ajudar aquela pessoa ou familiares muitas vezes perdidos nesse novo mundo, eu já me dou por satisfeita e posso garantir que sou muito procurada, já ajudei muitas pessoas a resgatar além da Auto Estima o principal que é a Cidadania perdida nesse mundo midiático que querem nos enfiar guela abaixo que ou somos coitadinhos dependentes de governo, o famoso o sus DÁ que tanto me causa náuseas ou os super heróis escolhidos por Deus guerreiros sem fim desse mundo cão( como se ter uma deficiência fosse uma maldição aos escolhidos rs,) do qual me recuso a participar.
Minha Auto Estima é alta sim, me recuso a me apresentar como `olá sou amputada alguém para me dar bom dia?´´, me recuso a aceitar ou me relacionar amorosamente com alguém que goste da minha deficiência e não da minha pessoa, meu nome é Alexsandra,,,, minha deficiência é visível e eu não me nego como uma pessoa com deficiência, apenas a Alexsandra está em primeiríssimo lugar!
Bom galera, é isso, podem me chamar de chata, de ego inflado, de tirar selfies , de tudo...mas ninguém pode me tirar minha cidadania e nem me chamar de coitadinha, isso baby, sinto muito, mas não permito mesmo!
Quanto as críticas?..bom, ninguém chuta cachorro morto né...
Bjus com gloss e bora ter mais atitude, Auto Estima, Viver em Liberdade!

sábado, 4 de junho de 2016

Homens também precisam trabalhar a Auto Estima!

Olá galera,
Hoje vim papear sobre homens e Auto Estima, sim, eles também (como toda pessoa com alguma deficiência) também sofrem preconceitos, precisam ter Auto Estima alta, se gostarem e se aceitarem.
Falar que toda e qualquer deficiência x Auto Estima é falar sobre o obvio, maaasss obvio para quem passa por isso, porque o preconceito taí e muitas vezes velado.
Conheço muitas pessoas, no caso homens que são bem resolvidos e vivem numa boa nossos perrengues de pernetas , se gostam, se cuidam e lutam para que essa sociedade seja mais igualitária nas nossas diferenças,
Como também conheço alguns que ainda estão nesse processo de aceitação, do famoso E agora?
Muitos me procuram, alguns são os familiares quem me procuram e assim vou tentando ajudar com minha sementinha, assim como também fui acolhida e ajudada por amados e amadas!
O que sempre procuro passar e isso depende de cada um é sempre a aceitação, o não se desesperar, sim há vida após a amputação, e principalmente tentar baixar a ansiedade e trabalhar a Auto Estima.
Porque homens amputados são bonitos sim, são homens sim, são paquerados sim!



Eu particularmente já ouvi muitas histórias e pasmem é cada uma que eu não aguento, homens casados que após sofrerem uma amputação tiveram filhos ( por que não né) e a própria família não acredita que o filho seja dele, oi? O cara amputa a perna ou braço e NÃO pode ter filho?
Muitos são provedores e sofrem um acidente( maioria absoluta de casos de amputação em homens, seguido de diabetes e sim a famosa TROMBOSE) e lógico até se recuperarem entram no auxílio doença do INSS e lógico dinheiro vira troco e esse é um problemão para família e muitos ficam com a Auto Estima lá no chão. Alguns se aposentam, e continuam trabalhando ,mas a maioria faz bico mesmo..Lei de cotas sem acessibilidade é piada pronta pra bocó acreditar. Muitos , maioria não consegue mais trabalhar na sua profissão e Auto Estima mais uma vez pro chão :(  .....
Eu notei que é muito menor o número de homens abandonados por suas mulheres após a amputação, mas também ocorre,
Apesar de todos os perrengues eles também acabam vendo que a vida continua, voltam estudar, trabalhar, namorar, casar, ter filhos ou só paquerar mesmo...tá fácil pra ninguém né hahahaha, passam a se aceitar . se gostarem como antes, vão a baladas, cinemas, muitos praticam esportes e a vida segue.
Por isso volto a repetir, homens amputados ( ou com alguma deficiência) voltam a ter uma vida normal ( eeeee palavrinha viu) ou um pouco diferente do que antes, mas não necessariamente uma vida de coitadismo e vítima...apenas diferente!
E o negócio é esse, vencer seu preconceito, vencer o preconceito da sociedade, ter dignidade, se saber cidadão como qualquer outro ser humano, se gostar, se cuidar e se possível (E é ) rir da e na vida,
Afinal a atitude depende de nós, sempre, então vamos escolher viver feliz...a vida nos deu uma segunda chance! pensem nisso!
Bjus com gloss, até o próximo papo!